2 mil litros de óleo combustível vazam no estuário de Santos
Pelo menos 2 mil litros de óleo combustível (bunker) vazaram durante o abastecimento do navio Shao Shan 5, atracado no Armazém 19, da Rumo Logística. A estimativa é da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que monitora o trabalho de descontaminação do estuário. As possíveis sanções ao armador, dono do navio, serão determinadas entre hoje e amanhã.
A embarcação chinesa, carregada com 60 mil toneladas de milho, foi liberada pelas autoridades Portuária, Marítima e Ambiental a deixar o cais santista no fim da tarde de ontem, com quase 17 horas de atraso na programação original.
O gerente da Cetesb em Cubatão, Marcos Cipriano, responsável por atender a ocorrência, explicou que 10 tambores de 200 litros de resíduos já foram recolhidos nos dois últimos dias. O óleo estava distribuído pela beira do costado e pelo convés da embarcação, por onde ocorreu o vazamento.
Inicialmente, o comandante do navio havia informado às autoridades que somente 30 litros combustível haviam sido despejados acidentalmente no mar. A estimativa inicial dos técnicos ambientais, entretanto, já apontava para mais de 100 litros de bunker em pontos restritos, que foram cercados por barreiras de contenção.
Cripiano explicou que o volume de combustível atualizado foi obtido a partir da limpeza do material e pela diferença nos registros de abastecimento do navio na ocasião. Até a próxima sexta-feira (5), equipes da Cetesb farão vistorias no berço de atracação para verificar eventual aparecimento de novas manchas de óleo.
“Destaco que, nesta ocorrência, foram rápidas as ações de contenção. Mas nós ainda vamos avaliar, com os técnicos que acompanharam o caso, qual é a real classificação”, explicou o gerente da agência ambiental. Segundo ele, por enquanto, não houve registros de mortandade dos peixes.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) limitou-se a dizer que manteve técnicos no local do vazamento. No entanto, mesmo após dois dias do fato, não informou a avaliação sobre eventuais impactos gerados ao ambiente.
Já a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) ainda não concluiu o relatório da ocorrência e disse priorizar o acompanhamento dos trabalhos de limpeza. A estatal afirmou verificar o comprimento da Resolução nº 126, de 2016, que regulamenta e assegura as operações de abastecimento.
Ao todo, 25 técnicos de uma empresa especializada participam dos trabalhos. Eles foram acionados logo após a identificação da ocorrência, antes das 7 horas de segunda-feira. O óleo, no entanto, se alastrou e gerou o atraso na desatracação de outro graneleiro, atracado ao lado. A Rumo Logística esclareceu que o fato não se relaciona às operações da empresa.