Exportação pelo porto de Vila do Conde cai 70% em 2016
O funcionamento parcial do porto da Vila do Conde, em Barcarena, no nordeste do Pará, está prejudicado a exportação no Pará. De acordo com a Companhia Docas do Pará (CDP), órgão que controla os portos do estado, a movimentação mensal do porto de Barcarena caiu 70% desde o naufrágio do navio Haidar, que afundou com cinco mil bois vivos em outubro de 2015.
O problema compromete a circulação de navios de grande porte que não tem espaço para atracar. Sem vagas, algumas embarcações são obrigadas a esperar até três dias para encostar-se ao cais.
O Pará tem quarto maior rebanho bovino do Brasil, são 22 milhões de cabeça de gado. O estado é o principal exportador de boi em pé, um tipo de comercio que ganhou fôlego nos últimos anos e conquistou mercados importantes no Oriente Médio e na América Latina.
No entanto, a interdição de parte do porto fez com que a exportação do boi vivo aliado à crise financeira da Venezuela, maior comprador do boi vivo paraense, fez com que a exportação caísse em 80% neste ano, segundo a Federação de Agricultuara e Pecuária do Pará (Faepa).
"Este ano algo entorno de 80%. Nós estamos exportando em torno de 8%, e ela está ampliando", ressaltou Carlos Xavier, presidente da Faepa.
Querendo driblar a crise na exportação paraense, os pecuaristas discutem uma solução para dar vazão ao protudo no mercado local e internacional.
"A otimização do nosso produto, criar uma carne diferenciada, tentar buscar a exportar a carne própria carne em si. Eu acho que etiquetar a nossa carne é uma alternativa muito boa para a nossa região", opinou Francisco Caruso, pecuarista de Paragominas.
Segundo a associação brasileira de exportação de gado, 500 mil bois saíram do porto da vila do conde em 2014, isso representa cerca de R$ 2,5 bilhões em negócios. Com o comprometimento do espaço para atracação das embarcações no porto da Vila do Conde, a saída encontrada foi escoar a produção de boi em pé por outros estados e até mesmo por outro país.
"Isso é evidentemente um prejuízo para os armadores, aqueles que fretam o navio, porque um dia de demora, que é chamada de demurrage, custa certa de US$ 30 mil para o navio. A carga mais afetada é a carga viva, o boi. Essa logística se deslocou para outro país, que é no caso a Colômbia, se deslocou para o Maranhão, se deslocou para a Bahia, para outros estados que tem condição de fazer a exportação", declarou Parsifal Pontes, presidente da CDP.